quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O Cássio que a Oposição espera não virá.


Cássio Cunha Lima, enfim, chega ao Senado. E com ele querem chegar aqueles que lutaram para que ele nunca chegasse.

Tão logo assumiu o mandato de governador em 2003, Cássio viu levantar-se contra ele uma oposição voraz, querendo arrasá-lo politicamente a todo o custo. Era a extensão do que se viu na campanha eleitoral, quando o PMDB usou as armas que tinha para impedir a vitória daquele que iniciava uma série de três derrotas do partido que lhe negara espaço em 98. Basta dizer que ainda nem empossado e Cássio foi capa da revista IstoÉ, acusado, juntamente com sua família, de lavagem de dinheiro no exterior.

Essa mesma oposição, sob a batuta do senador José Maranhão, manteve incessante campanha de mídia contra o então governador, e foi às urnas certa de derrotá-lo. Frustrada – Cássio venceu -, recorreu à Justiça. Menos de 7 meses e o governador reeleito estava cassado. No cargo mediante liminar, passou a enfrentar longa batalha jurídica, essa que só agora se finda.

Cássio perde o mandato. O primeiro governador cassado da Paraíba cumpre sua “pena”. Em 2010, movido pela voz rouca das ruas, leva a cabo uma aliança ousada e vence a campanha na qual quase ninguém acreditava. Cássio senador, Ricardo governador.

Mas eis que vem outra parte da agonia. O senador mais votado, eleito com 1.004.183 votos, é alvo de uma ação do PMDB, novamente sob o comando de José Maranhão, que fez sua campanha dizendo que o povo não votasse em “ficha suja”. O “ficha suja” era Cássio. O povo desobedeceu, votando em Cássio e derrotando Maranhão.

Nove meses de luta, com as forças se esvaindo de tantas decepções, e vendo em sua cadeira de senador outro que não fora eleito para tal, Cássio começa a ser cortejado por aqueles que criaram seu inferno astral. Aqueles que, excluídos do poder por força do voto, esperam que Cássio, como se primasse pela covardia, uma vez investido no mandato, rompa com o governador Ricardo Coutinho, com quem comeu vários quilos de sal para ganhar as eleições, e vá emprestar-lhes os ombros.

Cássio sabe da responsabilidade que o aguarda, seja como senador, seja como líder político admirado que é. E dessa tarefa não fugirá. Precisa ele mostrar ao país que Cunha Lima não é sinônimo do que a grande mídia habituou-se a pintar. E será o Senado esta grande vitrine. Sabe Cássio que, como sempre invocou a expressão em ocasiões diversas, quem tem prazo não tem pressa. Quem tem uma vida pela frente não sente necessidade de viver se agarrando a um cabelo que seja de poder, como se isso fosse o último suspiro.

A Oposição é inteligente. E por ser, sabe que Cássio também é. Assim, tem certeza de que o Cássio que ela espera não virá.

Matéria nos enviada pelo Radialista e apresentador do "Fala Paraíba" Célio Alves.

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