Por Oliver Holmes e Mariam Karouny
BEIRUTE, 10 Mai (Reuters) -
Duas grandes explosões causadas por suicidas em carros-bomba mataram 55
pessoas e feriram outras 372 em Damasco nesta quinta-feira, informou a
mídia estatal. O ataque é o pior na capital síria desde o início da
revolta contra o presidente Bashar al Assad, há 14 meses.
Os ataques enfraqueceram ainda mais a trégua declarada pelo
mediador internacional Kofi Annan no dia 12 de abril, que falhou em
impedir o derramamento de sangue nos conflitos opondo as forças de
segurança sírias a manifestantes pacíficos e insurgentes armados.
Líderes da oposição disseram que o plano de paz de Annan está
morto, enquanto potências ocidentais insistiram que este permanece
vigente.
O próprio Annan condenou as "abomináveis" explosões e exortou
todos os envolvidos a acabar com a violência e proteger os civis. "O
povo sírio já sofreu demais", afirmou em comunicado.
A TV síria culpou "terroristas" pelos ataques realizados durante a
manhã, durante horário de grande movimentação na região. Carros ficaram
destruídos em uma autoestrada e prédios oficiais utilizados pelo
comando da repressão do governo aos protestos foram bastante
danificados.
Imagens da televisão mostraram carros retorcidos e queimados, alguns com restos humanos carbonizados.
Uma das explosões abriu uma cratera de 10 metros no solo e lançou
destroços sobre uma vasta área. Corpos ensanguentados e partes de
corpos podiam ser vistos na estrada.
Os ataques aconteceram um dia após uma bomba ter explodido perto
de observadores da ONU que monitoram um cessar-fogo, que as duas partes
do conflito são acusadas de desrespeitar, e duas semanas depois de as
autoridades terem afirmado que um homem-bomba matou pelo menos nove
pessoas em Damasco.
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