Por Sd PM J. Júnior
Fonte: Portal BO
Um jovem de classe média, universitário, boa aparência e que frequentava os melhores ambientes da capital. Era assim que todos viam o estudante de direito Rafael Lima do Nascimento, de 28 anos. O rapaz era amado por todos os amigos, mas mantinha uma vida secreta e paralela. A juventude cercada de atenção e cuidados dos pais acabou tomando um outro rumo. Uma estrada sinuosa e com um destino certo: a morte.
RAFAEL PÊPO, como era mais conhecido, envolveu-se ainda cedo com algumas amizades que o levaram a cometer pequenos delitos. Em pouco tempo passou a ser alvo da polícia em várias ocasiões. Crimes de assaltos, sequestros relâmpagos e arrombamentos de caixas eletrônicos eram atribuídos a ele. Rafael fazia exatamente aquilo que não precisava fazer.
Por outro lado, a família do rapaz tentava de todas as formas afastá-lo do mundo do crime. Os encontros com os pais e com a irmã, Rafaela Lima, eram sempre marcados por conselhos, promessas de mudança e, principalmente, por chances de abandonar de vez o que fazia.
"Nós fazíamos de tudo. Meus pais deram de tudo para ele largar essas coisas. Até a faculdade de Direito que ele tanto queria. O meu irmão não era uma pessoa do mal, ele tinha suas falhas, mas não queria o mal de ninguém. A morte dele serve de alerta para a juventude de hoje", desabafou Rafaela, em entrevista ao Portal BO.
Na madrugada do sábado (14), um telefonema para os pais de Rafael mudaria imediatamente a história de uma família que lutou até onde pôde para manter vivo um filho conquistado pelo crime. Rafael Pêpo foi morto durante uma perseguição policial na cidade de Santa Cruz, região do Trairí potiguar.
De acordo com policiais da Deicor (Divisão especializada em investigação e combate ao crime organizado), Rafael e outros quatro homens tinham tentado assaltar um comércio em Coronel Ezequiel e estavam em Santa Cruz para realizarem um arrombamento a um caixa eletrônico. O grupo foi surpreendido e, segundo a polícia, atirou contra a equipe de investigadores.
Apesar de reconhecer a legitimidade da vida pregressa de Rafael, a irmã dele prefere aceitar o final trágico do jovem de uma forma menos dolorosa. Segundo ela, daqui pra frente a família irá se dedicar a trabalhos de orientação para jovens em escolas e grupos religiosos. "Temos que usar para algum fim o que de alguma forma a vida nos ensinou ao longo desses anos, para que pessoas como Rafael não tenham o mesmo fim que ele teve", comentou.
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