segunda-feira, 26 de março de 2012

Descanse em paz, Chico Anysio!


O mestre vai deixar saudade
Sei que é o maior clichê do mundo. Mas é a mais pura verdade: O Brasil está de luto com a morte de Chico Anysio. O humorista faleceu hoje, às 14h52min, aos 80 anos. Ele estava internado desde dezembro do ano passado, no Hospital Samaritano, na zona sul do Rio. Todo mundo aqui na redação ficou bem chateado. Por mais que já estivéssemos preparados a perda de um artista tão importante é sempre dolorosa. Chico se casou seis vezes e teve oito filhos, sendo um adotivo. Ele deixa a mulher Malga di Paula e os filhos Lug de Paula, Nizo Neto, Rico Rondelli, André Lucas, Cícero Chaves, Bruno Mazzeo, Rodrigo e Vitória. Quem assiste ao Canal Viva pode matar as saudades dele na Escolinha do Professor Raimundo, que é transmitida de segunda a sexta, às 7h30 e 20h. E, a partir de maio, os assinantes também poderão relembrar a atuação de Chico na novela Que Rei Sou Eu? (1989), com o personagem Taji Namas, que irá ao ar de segunda a sexta ao meio-dia 12h e à 0h15.
Confira a biografia desse gênio do humor enviada pela Rede Globo de Televisão:
Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho nasceu em 12 de abril de 1931, em Maranguape, no Ceará. De família rica, seu pai era dono de uma empresa de ônibus e tinha cinco filhos: Elano, Lupe, Lilia e Zelito, além do próprio Chico. Um incêndio na garagem dos ônibus mudou o destino da família, que perdeu todo o patrimônio para o fogo. Aos oito anos, Chico pegou um navio em Fortaleza e se mudou com os parentes para o Rio de Janeiro. Tímido, apaixonado por futebol e torcedor do Vasco, sonhava em ser jogador de futebol como todo menino. Mas o destino lhe reservava mais uma surpresa. Um dia, deixou de ir para um jogo com os amigos para acompanhar a irmã Lupe em um teste na Rádio Guanabara. Fez dois testes e foi aprovado em ambos: rádio-ator e locutor. Sua facilidade em imitar vozes o levou para os programas de calouros. Em setembro de 1947, ganhou o primeiro lugar no programa Papel Carbonona Rádio Nacional. Depois de colecionar inúmeros primeiros lugares em programas do Rio de Janeiro e de São Paulo, Chico Anysio não era mais aceito nas competições. Em 1949, a Rádio Guanabara descobriu seu talento e ele atuou ao lado de grandes humoristas como Grande Othelo e Haroldo Batista, um dos primeiros a acreditar na vocação de Chico. Foi Haroldo quem o levou para a Rádio Mayrink. E foi nessa rádio que surgiu o Professor Raymundo, um dos mais famosos personagens de sua carreira.  O Professor Raymundo entrou para o programa Balança, Mss Não Cai, da Rede Globo, e lançou grandes nomes do humor brasileiro como Zilda Cardoso, Mussum, Zacarias, Castrinho, Tom Cavalcante, Heloísa Perrise, Ingrid Guimarães e Claudia Rodrigues, entre outros. E foi também o resgate de importantes humoristas como Brandão Filho, Walther D’Avila, Costinha e do próprio Grande Othelo.
Chico fez mais de 10 mil shows de humor, inclusive uma temporada no Carnegie Hall, em Nova York. Sua trajetória na TV começou em 1957 na TV Tupi, passou pela TV Rio e pela TV Excelsior, e terminou na TV Globo, onde estreou em 1968 e ficou por mais de 40 anos. Seus últimos trabalhos foram em Zorra TotalMalhação e Caminho das Índias. Recentemente virou personagem da minissérie Dercy de Verdade,  na qual foi interpretado por seu próprio filho, Nizo Netto. Chico Anysio criou ao longo da carreira 209 personagens de muito sucesso, entre eles o Alberto Roberto, o Azambuja, Coalhada, Painho e Nazareno. Mas dizer que Chico Anysio foi um humorista brilhante não lhe define totalmente. Chico era escritor, poeta, compositor, ator, radialista, diretor, comentarista esportivo e artista plástico também. Como compositor, gravou mais de 20 discos, ganhou dois discos de ouro e teve músicas interpretadas por Dolores Duran e Alcione. Em sua carreira de escritor, editou 21 livros, vendeu mais de 1 milhão e meio de exemplares e escreveu dezenas de roteiros para os cinemas brasileiro e americano. Dirigiu dezenas de programas de TV e peças de teatro. Foi comentarista esportivo, repórter de campo e comentou jogos da Seleção Brasileira na Rede Globo ao lado de Pelé. Em 1984, decidiu investir na carreira de pintor e já participou de várias exposições no Brasil e no exterior. Em 2009, Chico foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural, a mais alta comenda do governo brasileiro na área.

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