A descoberta do lago Vostok é um dos maiores êxitos científicos da segunda metade do século 20. O lago é único porque foi isolado da superfície da Terra durante centenas de milhares de anos por uma camada de quatro quilômetros de gelo. Além disso, os cientistas acreditam que existam organismos vivos nas águas do Vostok.
“O lago foi descoberto por uma equipe internacional que inclui cientistas russos, americanos e britânicos”, disse Valéri Massolov, chefe da Expedição Marinha de Prospecção Polar, ao site Science and Technologies Russian Federation (strf.ru).
“Em julho de 1994, durante uma reunião do Comitê Científico de Pesquisas da Antártida em Roma, o geógrafo Andrêi Kapitsa fez o primeiro anúncio público sobre a descoberta. Em 1995, uma equipe internacional de cientistas publicou a primeira matéria científica sobre o lago na revista britânica Nature", conta Massolov.
A perfuração do gelo para estudos paleoclimáticos na estação Vostok foi iniciada em 1989 por pesquisadores de uma expedição conjunta de cientistas soviéticos, franceses e americanos.
Sob uma profundidade de 3.539 metros, que foi alcançada em 1996, a composição química e isotópica do gelo e sua estrutura cristalográfica mudou. Assim, os cientistas descobriram que naquele ponto o gelo já era composto por água do lago.
Pesquisadores trabalham na estação Vostok. Em fase avançada, perfuração já alcança o lago subglacial. Foto: Reuters / Aleksêi Ekáikin
A demora para atingir o lago foi causada principalmente pela inquietação da comunidade científica estrangeira, que temia o uso de um anticongelante à base de querosene. Usado para impedir o congelamento da fenda a temperaturas inferiores a 90 graus Celsius, o anticongelante podia contaminar a água do lago e comprometer a microfauna.
No entanto, segundo o chefe do projeto russo, Valêri Lukin, a tecnologia já vinha sendo testada em condições semelhantes na Groenlândia.
Os trabalhos de perfuração do gelo sobre o Vostok pela 57ª Expedição Antártica Russa recomeçaram em 2 de janeiro de 2012 e foram interrompidos no dia 5 de fevereiro, logo após o contato da sonda de perfuração com a superfície da água do Vostok. “Encontramos certos microorganismos que não deveriam estar lá”, revela Massolov.
O inverno inicia-se agora na Antártida e dura dez meses, o que torna os estudos do lago impossíveis. Os cientistas continuarão a pesquisa apenas em dezembro de 2012.
gazeta russa
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